Teatro Fonseca Moreira
O Teatro Fonseca Moreira resultou do sonho e trabalho de António José da Fonseca Moreira, filho da terra que fez fortuna no Brasil, autodidata e amante da arte de palma.
A inauguração oficial ocorreu a 20 de Novembro de 1921, com a presença do próprio Fonseca Moreira e com a representação da peça “Feitiço contra Feiticeiro”, da sua autoria.
Dia de glória e satisfação para Fonseca Moreira e para os felgueirenses. Estes, findo o 1º ato, pediram a presença do mesmo no palco e numa ovação entusiasta manifestaram o seu agradecimento e reconhecimento “ao som de entrepitosas palmas com a pronúncia de muitos bravos, sendo-lhe deitadas muitas flores ao palco e entregues muitos ramalhetes de flores primorosamente confecionados.” (Teatro Fonseca Moreira – In: Jornal de Felgueiras, 26 de Novembro de 1921).
O teatro conheceu tempos áureos marcados pela presença de atores consagrados como Vasco Santana, Laura Alves, Ruy de Carvalho, António Silva – Ribeirinho – e pela presença de consagradas companhias de teatro e revista, nomeadamente, Ida Stichini – Alves da Costa, Adelina – Aura Abranches, entre outras.
Foi ainda palco de espetáculos musicais e de dança, de conferências proferidas por figuras ilustres como Leonardo Coimbra e Teixeira de Pascoais, homenagens diversas, como a prestada ao Prof. Magalhães Lemos, entre outras iniciativas que foram construindo a história já longa deste teatro.
Foi ainda nesta sala que os felgueirenses puderam assistir às primeiras projeções de fonofilmes, mais tarde às fitas em tecnicolor, permitindo que diversas gerações acompanhassem as novidades da sétima arte e visualizassem obras-primas da cinematografia.
No seu palco, muitos felgueirenses ensaiaram e descobriram os seus dotes artísticos e inúmeras apresentações foram efetuadas quer para angariação de fundos para as obras da igreja Matriz ou para os Bombeiros Voluntários, quer para animação de festas como o Natal ou simplesmente para dinamização da vida cultural de Felgueiras.
Teatro Fonseca Moreira - Início do Século XX
Na década de 40 do séc. XX, o Teatro vive tempos difíceis e tendo já como proprietário João Cardoso, do Porto, que manda efetuar obras de beneficiação, substituindo os habituais camarotes por balcões e remodelando todo o soalho e cobertura do edifício, reabra as portas, nos finais de 1949, com o filme A Morgadinha dos Canaviais cujos exteriores foram filmados na Casa de Sergude.
Desde então, a programação cultural desta casa passa a ser constituída maioritariamente por cinema, divulgada na imprensa local que vai noticiando as venturas e desventuras desta pequena jóia do teatro português.
É, inclusive, em 1950 e 1951, que o teatro é apetrechado com aparelhagem sonora e dupla aparelhagem de projeção que lhe permitiu a projeção de filme de maior metragem sem interrupções.
Em 1997, após período de inatividade, é recuperado pela Câmara Municipal e classificado como imóvel de interesse público, encetando-se as diligências para a sua recuperação cujo projeto é da autoria do Arq. Filipe Oliveira Dias que contou com a criatividade do pintor José Emídio na decoração do teto da sala de espetáculos.